"Motel Paradiso" é mais uma comédia de costumes que invoca a discussão de valores morais, falcatruas e politicagens. No entanto, em se tratando de uma obra de Juca de Oliveira, um mestre nesse tipo de enredo, fica muito aquém de outros trabalhos do autor.
O texto estreou em 1982 e foi um grande sucesso, com a fantástica Maria Della Costa encabeçando o elenco. A trama, com ares de vaudeville, mostra uma dona de casa com filho e marido que mantém uma vida normal, até o filho engravidar uma adolescente e ela descobrir as traições do marido que, por sua vez, para azar - e para o desenrolar da peça - é amante da esposa do seu chefe, justamente o pai da menina que engravida. Meio confuso, mas a cena das revelações gera alguns momentos divertidos.
O problema é que, na época de sua primeira montagem, a história do filho era chocante, ao passo que, para os dias de hoje, onde se mata e rouba por nada, alguém engravidar outro alguém, mesmo que menor de idade, não é tão grave. Isso acaba por tornar a peça datada, e pouco verossímil nessa parte, mas as situações que se seguem, como traição, roubo, e outros maus exemplos, acabam divertindo o público. Embora não se trate de um texto ruim, como já vimos esse mote em tantas peças, ele fica cansativo e repetitivo.
O cenário é dividido em três, à esquerda a sala da família, à direita o escritório do banco e, no centro, o quarto do motel do título. Trata-se de um cenário prático, mas pobre e sem brilho, assim como iluminação e figurinos, que não dizem nada.
O talentoso Roberto Lage está à frente da direção, e o elenco é cheio de altos e baixos: Bárbara Bruno, que faz a dona de casa Lourdes, convence no papel e é, disparada, a melhor em cena; Mauro de Almeida, o marido traidor, começa exagerado, mas tem o timming da comédia e vai, pouco a pouco, envolvendo a platéia; o presidente do banco é vivido por Ben Hur Prado de forma convincente; Raoni Carneiro é o filho, ator cru, mas que não é de todo mal, e, por fim, Cris Bonna, Gerardo Franco e Maria Laura Nogueira são caricatos e exagerados ao extremo, sendo que a primeira chega a ser insuportável.
Com vários pontos fracos, o elenco, no conjunto, acaba segurando a peça, e as gargalhadas da platéia estão garantidas. Um programa bom, para rir um pouco das nossas próprias desgraças e, em seguida, esquecer.
Cotação: Regular (**)
Serviço: Motel Paradiso
De: Juca De Oliveira
Direção: Roberto Lage
Com: Bárbara Bruno, Mauro de Almeida, Raoni Carneiro, Bem Hur Prado, Cris Bonna, Maria Laura Nogueira e Gerardo Franco
Onde: Teatro Bibi Ferreira-SP
Temporada: Até 26 de agosto
O texto estreou em 1982 e foi um grande sucesso, com a fantástica Maria Della Costa encabeçando o elenco. A trama, com ares de vaudeville, mostra uma dona de casa com filho e marido que mantém uma vida normal, até o filho engravidar uma adolescente e ela descobrir as traições do marido que, por sua vez, para azar - e para o desenrolar da peça - é amante da esposa do seu chefe, justamente o pai da menina que engravida. Meio confuso, mas a cena das revelações gera alguns momentos divertidos.
O problema é que, na época de sua primeira montagem, a história do filho era chocante, ao passo que, para os dias de hoje, onde se mata e rouba por nada, alguém engravidar outro alguém, mesmo que menor de idade, não é tão grave. Isso acaba por tornar a peça datada, e pouco verossímil nessa parte, mas as situações que se seguem, como traição, roubo, e outros maus exemplos, acabam divertindo o público. Embora não se trate de um texto ruim, como já vimos esse mote em tantas peças, ele fica cansativo e repetitivo.
O cenário é dividido em três, à esquerda a sala da família, à direita o escritório do banco e, no centro, o quarto do motel do título. Trata-se de um cenário prático, mas pobre e sem brilho, assim como iluminação e figurinos, que não dizem nada.
O talentoso Roberto Lage está à frente da direção, e o elenco é cheio de altos e baixos: Bárbara Bruno, que faz a dona de casa Lourdes, convence no papel e é, disparada, a melhor em cena; Mauro de Almeida, o marido traidor, começa exagerado, mas tem o timming da comédia e vai, pouco a pouco, envolvendo a platéia; o presidente do banco é vivido por Ben Hur Prado de forma convincente; Raoni Carneiro é o filho, ator cru, mas que não é de todo mal, e, por fim, Cris Bonna, Gerardo Franco e Maria Laura Nogueira são caricatos e exagerados ao extremo, sendo que a primeira chega a ser insuportável.
Com vários pontos fracos, o elenco, no conjunto, acaba segurando a peça, e as gargalhadas da platéia estão garantidas. Um programa bom, para rir um pouco das nossas próprias desgraças e, em seguida, esquecer.
Cotação: Regular (**)
Serviço: Motel Paradiso
De: Juca De Oliveira
Direção: Roberto Lage
Com: Bárbara Bruno, Mauro de Almeida, Raoni Carneiro, Bem Hur Prado, Cris Bonna, Maria Laura Nogueira e Gerardo Franco
Onde: Teatro Bibi Ferreira-SP
Temporada: Até 26 de agosto
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